Thursday, February 15, 2007

Bicho de concha


A Literatura entrou em minha vida bem cedo. Foi um caso de paixão que se aflorou, dando-me a oportunidade de deixar de ser “bicho de concha” e tornar-me livre para a expressão; trabalhar a emoção; lidar com o imaginário, satisfazendo minha necessidade de ficção, minha busca de prazer.
Ser apresentada por meu pai à literatura constituiu um caminho que persigo com afinco e entusiasmo. Lembro-me dos seus poemas, dos versos de pasquim, do seu amor à leitura, dos estudos madrugada afora sobre o Plano Divino dos Séculos.
Aos domingos deleitava-me com as histórias que vovô Martiniano contava, sempre alegres.Mas foi na casa da tia Zulmira que eu ouvi, à vitrola, Peter-Pan e me apaixonei de vez pela leitura. Hoje esse disco de vinil é meu, presente que recebi da minha prima Jane e que guardo com prazer imenso.
Em frente à minha casa a rua era palco de discussões inflamadas sobre futebol, política e religião. Os homens, entre risos e goles, mostravam seus dentes e sua alma. As mulheres, à tarde, saiam à porta para trocar desabafos. As crianças corriam livres entre piques e queimadas. Os bigodes contornavam as bocas dos homens em desenhos pomposos e eram sinal de respeito e virilidade. Era comum os homens, ao conversarem, torcerem as pontas de seus bigodes. Eu achava isso hilário, sentia que a vida era um imenso palco, com artistas diversos.

Foi Deus Quem Fez Você


Gosto de cantarolar a música "Foi Deus Quem Fez Você". É bom saber que há um Deus vivo, maravilhoso cuidando de nós. É bom saber que há propósitos de Deus para a nossa existência. Eu creio.
Ouça aqui.

Maravilhosa Elis!


Iracema, com Adoniran Barbosa
http://www.youtube.com/watch?v=qG_hKeFtSF8


Pois é, com Chico Buarque
http://www.youtube.com/watch?v=U88HEB9HhBM

Até o Fim, com Gal Costa
http://www.youtube.com/watch?v=KD7TitX0k_g

As mulheres da ACIL



Poemas de algumas meninas da Academia Itaperunense de Letras:

“Sonhar é o alimento do poeta
Para que a sua força que é arte
Não se desfaça com a fragilidade da matéria
Que é o pó. Que é fugaz. Que é tão etérea
E fica na saudade o ser profeta.”
(Jurema Coutinho Braga)

......
Tudo é selva, é carência de menino
Tudo é bicho que não sabe aonde vai
Tudo é busca, é encontro, é passageiro
É ilusão de um momento que se esvai.”
(Natália Dias Boechat)

.....
“Venho de devorar estradas
de cruzar mares
de arrulhar idéias.”
(Luciana Pessanha Pires)

....
“O desejo de viver tão
convincente
exacerbadamente
imprescindível
Aflora no momento impreterível.”
(Regina Coeli)

Olhar com Olhos Livres


Foto: Alice Bar - "Olhar com Olhos Livres", exposição paralela a exposição do Museu Bispo do Rosário no Museu Oscar Niemeyer

No caminho da liberdade

“Que marchem!” Marchar fala da atividade insessante, indica luta, coragem, requer idealismo, diligência, perseverança. É um imperativo que aponta para o progresso contínuo, para uma peregrinação saudável e frutífera rumo à liberdade transformadora do olhar.
Já Aristóteles ressaltava a primazia da visão sobre os outros sentidos. Santo Agostinho celebrava platonicamente como “o mais espiritual dos sentidos”. Certo é que com o olhar capturamos, cedemos,extraimos, doamos,acolhemos, rejeitamos, permitimos, negamos, negociamos intenções, desejos,fantasias e frustrações.

Com Machado de Assis, quantos de nós não apanhamos o hábito de investigar as pessoas antes de aceitá-las? O Olhar de ressaca de Capitú pode tornar-nos “exímios” leitores de olhares. Desprezar as evidências do olhar não é inteligente. Mas às vezes é imprescindível lançarmos olhares desarmados, sem os preconceitos que nos foram impostos.O preconceito diminuiu-nos,aviltou-nos, amesquinhou-nos, tolheu nossa liberdade, impediu nosso diálogo com os outros.
Conhecemos a inclinação humana para a negligência, o desânimo, o receio da novidade, a soberba. Esse comportamento nos paraliza, deixa em nossas mãos receituários que pouco nos servem, limita nossas expectativas.
Sobre isso já escreveu Mário de Andrade: “o passado é uma lição para se meditar, não para reproduzir” Quando não há liberdade, os conhecimentos são escolhidos e impostos para que os aceitemos e nos moldemos por eles. É a filosofia do conformismo e da passividade.
Apesar das marcas da luta em que pesem algumas desilusões ou desencantos, vale a pena enxergar em profundidade, além das aparências frias das coisas.
Ivan Lins e Victor Martins, na letra da música intitulada: DAQUILO QUE EU SEI, disseram: “Não fechei os olhos/não tapei os ouvidos/cheirei, toquei, provei/ ah! eu usei todos os sentidos/só não lavei as mãos/e é por isso que eu me sinto cada vez mais limpo. Agir com liberdade é não ter receios para usar todos os sentidos. É não nos omitirmos. É aguçar nossa capacidade de visão.
Fazer as massas levantarem-se e ver um pouco além de seus estreitos horizontes foi o mister de cientistas como Einstein, estadistas como Lênim, libertadores revolucionários como os latino-americanos Bolívar, Martin, entre tantos outros. Mas nem sempre as pessoas estão preparadas ou dispostas para ver. Estão presas em demasia aos seus valores tradicionais, perdendo, com isso, a perspectiva de julgar com isenção e serenidade outros valores, diferentes dos seus.
Há que se apostar nos sonhos, quebrar certas rotinas, deixar o grão do inesperado brotar, ver com os olhos livres. Ser acrobata, flexível. Aprender a partilhar, regar e colher no tempo oportuno. Não impedir o avanço, a descoberta. Nascer a cada dia para o novo. Criar dentro de si o tempo renovado. Estar um passo a frente. Desamarrar laços inúteis. Expandir o olhar.
É preciso deixar os embaraços do medo, dos preconceitos. E brindar ao novo. Expelir olhares frios, rotineiros, mecânicos, formais. Cultivar o respeito as opiniões alheias. Duvidar de tantos paradigmas. Aproveitar as oportunidades. Ousar.
Que vantagens auferiremos por trilhar esse caminho? Há um particular tesouro no caminho da liberdade. Só precisamos levantar os olhos e ver.

(Luciana Pessanha Pires- Texto premiado no Concurso de Redação para Professores promovido pela Academia Brasileira de Letras em parceria com a Folha Dirigida- 2001)

Tuesday, February 13, 2007

Cantando o mar


Foto: Rafael Almeida

Eu e água
Caetano Veloso
Composição: Caetano Veloso

A água arrepiada pelo vento
A água e seu cochicho
A água e seu rugido
A água e seu silêncio

A água me contou muitos segredos
Guardou os meus segredos
Refez os meus desenhos
Trouxe e levou meus medos

A grande mãe me viu num quarto cheio d'água
Num enorme quarto lindo e cheio d'água
E eu nunca me afogava

O mar total e eu dentro do eterno ventre
E a voz do meu pai, voz de muita águas
Depois o rio passa
Eu e água, eu e água
Eu

Cachoeira, lago, onda, gota
Chuva miúda, fonte, neve, mar
A vida que me é dada
Eu e água

Água
Lava as mazelas do mundo
E lava a minha alma
...................
Ouça esta delícia:
CD- Glauco Cerejo Instrumental- Sax tenor

Monday, February 12, 2007

O Navio Negreiro


Fico impressionada quando leio o poema "Navio Negreiro", de Castro Alves. Já trabalhei na sala de aula o texto musicado na voz de Caetano Veloso, Maria Bethânia e Carlinhos Brown.

Boa prosa, chorinho e café para relaxar



Café fumegando, uma prosa na rede, chorinho... hummmmmmmmm



Violão 7 Cordas Marco Bertaglia, Acordeon Felipe Soares, Pandeiro Priscila Brigante

Dos mares, rios e correntezas



A poesia dos mares, rios e correntezas desperta os olhares e convida à vadiagem de espírito.

Devaneios à tarde






A tarde hospeda sutilezas e intenções, abre-se aos devaneios, invoca lugares e abraços, aprecia flores, música e poesia.


Ouça "Chovendo na roseira", com Elis Regina:

Saturday, February 10, 2007

Livros de Adriano Espínola



Presente maravilhoso! Ontem recebi os livros da Adriano Espínola. Leitura deliciosa! Estou em estado de celebração.

Final do curso de Capacitação




Alegria com os colegas de trabalho do Colégio Estadual Rotary no último dia do curso de Capacitação com a professora Evelyn. Muita animação na volta às aulas!
Isto é VOCAÇÃO.

A moça na janela

Diante do olhar morninho da tarde, em revoada, as garças cobriam a velha árvore deitada sobre o rio Muriaé. A moça na janela desfiava a tarde em mil promessas vindas de nascimentos absurdos. Onde o medo? Onde a dúvida de ontem? Onde a sombra? Primeiro a frestra,



agora sabe pescar luz.


Agora tudo é som, cheiro e cores.
Agora tudo é caminho.

(Luciana Pessanha Pires)

.....

(Composição de fotos: Virgínia de Além Mar)




Saturday, February 03, 2007

Reunião da ACIL





















Hoje houve reunião da Diretoria da Academia Itaperunense de Letras na minha casa, às 16 horas. Foi uma tarde muito agradável.

Na foto: Edson Penha Lopes, Flora Malta Carpi e Regina Codeço. A pauta da reunião foi longa, mas houve tempo para um bate-papo e um cafezinho. O brioche de maçã com canela estava uma loucura!
Decisões importantes:

17/03/07- Sarau lítero-musical
Música, poesia e exposição de telas de Elizabeth Ximenes

14/04/07- Reunião Administrativa com todos os membros, às 16h

12/05/07- Sarau lítero-cultural
Música, poesia e exposição fotográfica- fotos de José Carlos Ligiéro

19/05/07- Lançamento do cd "Cirandinha", de Flora Malta Carpi

22/06/07- Posse dos membros correspondentes- Local: Câmara Municipal de Itaperuna- 18h